sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Juvenal o desempregado

O Juvenal tava desempregado há meses. Com a resistência que só os

brasileiros tem, o Juvenal foi tentar mais um emprego em mais uma

entrevista. Ao chegar, o entrevistador lhe perguntou:

- Qual foi seu último salário?

- "Salário mínimo", respondeu Juvenal.

- Pois se o Sr. For contratado ganhará 10 mil dólares por mês!

- Jura?

- Que carro o Sr. Tem?

- Na verdade, agora eu só tenho um carrinho pra vender pipoca na rua e um

carrinho de mão!

- Pois se o senhor trabalhar conosco ganhará um Audi para você e uma Bmw

para sua esposa! Tudo zero!

- Jura?

- E lhe digo mais. . . O emprego é quase seu. Só não lhe confirmo agora porque

tenho que falar com meu gerente. Se até amanhã

(sexta-feira) à meia-noite o senhor Não receber um telegrama nosso, pode vir trabalhar na segunda-feira.

Juvenal saiu do escritório radiante. Agora era só esperar até a meia-noite

da sexta e rezar para que não aparecesse nenhum telegrama.

Sexta-feira mais feliz não poderia haver. E Juvenal reuniu a família e

contou as boas novas.

Convocou o bairro todo para uma churrascada comemorativa e muita música.

Sexta de tarde já tinha um barril de choop aberto. As 9 horas da noite a festa fervia.

A banda tocava, o povo dançava, a bebida rolava solta. Dez horas, e a mulher

de Juvenal aflita, achava tudo um exagero.

A vizinha gostosa, interesseira, já se jogava pra perto do Juvenal.

E a banda tocava!

Onze horas, Juvenal já era o rei do bairro.

Gastaria horrores para o bairro encher a pança. Tudo por conta do primeiro salário. E a mulher resignada, meio aflita, meio alegre, meio assustada.

Onze horas e cinqüenta e cinco minutos. . .

Vira na esquina buzinando feito louco uma motoca amarela. . .

Era do Correio!

A festa parou!

A banda calou!

A tuba engasgou!

Um bêbado arrotou!

Meu Deus. Quem pagaria a conta da festa?

- Coitado do Juvenal!

Jogaram água na churrasqueira!

O chopp esquentou!

A mulher do Juvenal desmaiou!

A motoca parou!

- Senhor Juvenal Batista Romano Barbieri?

- Si, sim, so, sou eu. . .

A multidão não resistiu. . .

-Oooohhhhh!

- Telegrama para o senhor. . .

Juvenal não acreditava. . .

Pegou o telegrama, com os olhos cheios d´água, ergueu a cabeça e olhou para

todos.

Silêncio total.

Respirou fundo e abriu o telegrama.

Uma lágrima rolou, molhando o telegrama. .

Olhou de novo para o povo e a consternação era geral.

Tirou o telegrama do envelope, abriu e começou a ler.

O povo em silêncio aguardava a notícia e se perguntava.

- E agora? Quem vai pagar essa festa toda?

Juvenal recomeçou a ler, levantou os olhos e olhou mais uma vez para o povo

que o encarava. . .

Então, Juvenal abriu um largo sorriso, deu um berro triunfal e começou a

gritar eufórico . .

- Mamãe morreeeeuuu! Mamãe Morreeeeuuu!

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